Como escrevi no post anterior, minhas férias foram longas. Muita praia, muita leitura. Fui para a house da minha amiga Sandra Possani, A Atriz. Em Recife. Aproveitando sua biblioteca (e de seu consorte), com mais de 25 preciosos títulos. Pequena, só o essencial. Comecei de leve: Saramago, Caim. Bravíssimo, senhor Saramago. Pequeno e essencial. O segundo foi Diário de um Ano Ruim, do também nobel J. M. Coetzee, escritor sul-africano radicado na Austrália. É o primeiro livro dele que leio. Ele se dá ao direito de escrever um romance experimental ao mesmo tempo que mete a colher em todos os assuntos mais importantes da contemporaneidade. Acho que não é seu melhor livro, mas deu muita vontade de ler outras coisas dele. Depois li Leite Derramado, um monólogo magnífico de Chico Buarque. Um personagem de mais de cem anos delira no hospital e conta a história do Rio de Janeiro. Daí veio Cinzas do Norte, de Milton Hatoum. Painel, corte profundo na carne do Amazonas. Personagens muito bem delineados e cativantes. Não dá pra parar de ler. Depois, Travessuras de Menina Má, do peruano Mario Vargas Llosa. Uma interminável e improvável história de amor entre um peruano que vive em Paris e uma aproveitadora peruana que faz gato e sapato do protagonista. Imperdível. Leitura de primeira. Aí, eu li Dois Irmãos. Voltei ao Hatoum. Beleza de saga familiar. E pra fechar com chave de ouro, li A Feiticeira de Florença e Fima. O primeiro, uma fábula de tirar o folego do leitor, escrita por Salman Rushde. Aquele mesmo: o que foi condenado à morte pelo aitolá por causa de seu livro Versos Satânicos. O segundo, do escritor israelense Amós Oz. Simplesmente, uma fatia da biografia de Fima, apelido de uma pessoa qualquer de Tel-a-viv. Dele, eu já havia lido Não Diga Noite, que me disseram não ser o seu melhor livro. Mas Fima é apaixonante. Não dá pra parar de ler.
Daí eu voltei ao trabalho. Ao relatório.