sexta-feira, 7 de novembro de 2008

PRÓXIMO ATO - QUARTO DIA

Quarto dia de encontro, terceiro encontro matinal com a plenária reunida. Quinze grupos de outros estados e alguns grupos paulistanos - na abertura se falou em 60, mas na prática devem ter cinco ou seis participando efetivamente - reunidos para uma manhã de resoluções e encaminhamentos. Afora duas ou três idéias anotadas, não conseguimos chegar a nenhuma conclusão ou proposta de ação, mobilização, articulação de qualquer espécie. Sintomático. Parece que preferimos reclamar e ter sempre do que reclamar, reclamar da curadoria do encontro, do patrocinador do encontro, resmungar, choramingar, ao invés de buscar objetivamente possíveis soluções para o problema. Simplesmente não conseguimos. Vários colegas expressaram sua avaliação do encontro em São Paulo. Pontos negativos foram levantados e repassados e repassados. Propostas passaram várias vezes pela roda e não criaram eco.
As propostas de encaminhamentos deveriam atender a quatro grandes temas ou questões apontadas pelos grupos, durante os dois encontros matinais anteriores, como "as quatro mais" do Próximo Ato - Etapa São Paulo:
1. Diálogo com a sociedade.
2. Políticas públicas de financiamento do teatro.
3. Compartilhamento e crítica estética entre grupos.
4. Repertório e políticas vigentes de programação.
Talvez, se pensassemos em duas ações para cada uma das quatro questões, conseguíssemos apontar mais do que as duas a que, depois de mais de duas horas de reunião, chegamos:
1. Alimentar um blog com links para os quatro temas. O que contempla os quatro itens.
2. Intervir na dinâmica dos festivais criando momentos de encontros dos grupos. Que contempla somente a 'questão número 4.
E o diálogo com a sociedade? Nenhuma idéia?
E sobre as políticas públicas?
amanhã teremos mais uma rodada de duas horas para tentar novamente chegar a mais alguns encaminhamentos.
De tarde, o último encontro com Erika Fischer-Lichte, onde ela projetou trechos de peças do grupo alemão Murx - visto num PoA em Cena - e analisou cirurgica e brilhantemente cada uma das peças. Depois os produtores ingleses David Jubb e David Micklem ministraram uma dinâmica chamada Playgrounding, um minicurso que é um processo de improvisação arquitetônica. Coisa pra inglês ver. A realidade dos caras é muito distante da nossa, mas também lá, cultura é a primeira coisa que se corta quando aparece a palavra crise.
Noite: duas palestras bacanas: a mexicana Ileana Diéguez e o brasileiro Ismail Xavier, mega doutor e professor da USP na área de cinema. As palestras eram díspares mas se encontravam de maneira formidável. Ela falando nas experiências de teatralidade contidas nas intervenções cênicas urbanas, e ele destrinchando Glauber Rocha e sua teoria sobre a "Estética da Fome". Senti que conseguiram expandir as mentes e limites da nossa imaginação e da nossa teatralidade.

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