segunda-feira, 10 de setembro de 2012

PRA QUEM DIZ QUE EU NÃO GOSTO DE NADA

O comentário abaixo foi publicado da revista 359 online há alguns anos atrás. Estou republicando aqui no blog para lembrar destas duas mulheres que são especiais pra mim. Renata de Lélis e Tânia Farias.



O GRANDE E O PEQUENO.
EXPERIÊNCIAS TEATRAIS DE UM FINAL DE SEMANA.
Num destes raros finais de semana em que não estou com alguma peça em cartaz, decidi, só pra variar, ir ao teatro na condição de platéia. Assim, no sábado assisti KASSANDRA IN PROCESS, belíssimo ritual cênico da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveis e no domingo fui ao velho e querido Teatro de Arena para ver a performance de Renata de Lélis em SALOMÉ DECAPITADA (Trabalho em Andamento).
As duas peças trazem descritos em seus respectivos programas as pesquisas cênicas as quais se dedicam. Suas buscas em relação ao teatro e ao momento de comunhão deste com o público presente. Mas  não é sobre isso que quero falar.
No domingo, quando saí do Arena, me assaltaram as diferenças e as semelhanças entre os dois entre os dois espetáculos:
Renata e seu Teatro Íntimo usaram pouquíssimos recursos, uma só atriz e pouco menos de uma hora para colocar em cena suas idéias teatrais. A celebração teatral da Terreira da Tribo se utiliza de grandes recursos cênicos e cria poderosas imagens e cortejos com grupos de  seus onze atores, para colocar em cena um espetáculo que dura quase três horas.
As duas peças colocam em cena histórias não-lineares, atores que trabalham com movimentos extra-cotidianos, e têm na encenação a clara proposta de utilizar-se de uma linguagem não-realista.
Mas, o que fica, o mais importante de todas estas considerações, o que me tocou profundamente, foi sentir e perceber que as duas peças concretizam no palco (área de atuação) a existência plena, rica, gratificante e total do momento teatral. Mais ainda: concretizam o poder ator (no caso das duas atrizes: Renata de Lélis e Tânia Farias) em cena de nos encantar, nos seduzir e nos carregar para os seus mundos arquetípicos, e lá, nos atingirem com suas energias e cargas dramáticas as nossas pobres emoções humanas.
Enfim, uma final de semana plenamente teatral.
Obrigado!
A foto da Tânia em cima da mesa é de Ricardo Giusti/PMPA.
A outra eu não sei de quem é, mas é a Renata com ator Nilson Asp, em foto do filme Ainda Orongotangos, de Gustavo Spolidoro.

BATENDO NA MESMA TECLA

Faltam 130 dias pra fechar o prazo de dois anos e o que está fazendo a Secretaria de Estado da Cultura? E todo aquele discurso? Era apenas um belo discurso? E a circulação dos bens culturais? Acham que é muito a garantia da permanência do Centro Cenotécnico do Estado? Devíamos estar falando sobre os investimentos no Centro Cenotécnico. Porto Alegre é uma das únicas cidades que não souberam preservar a sua estação ferroviária. É vergonhoso pensar em derrubar aquele prédio que deveria estar sendo tombado e restaurado na sua arquitetura original. Lamento pensar que sim, trata-se somente de mais um belo discurso, quase acreditei nele. Na verdade, fiz força para acreditar nele. O SATED atuou muito bem, mas ficou na exigência da manutenção do prédio ou na troca por outro lugar. Eu peço a restauração da Estação Rodoviária, como existe em Caxias do Sul, em São Leopoldo, em Canela e em tantas outras cidades que aos poucos foram, em outros tempos, conquistando suas estações de trem, e nos tempos atuais transformando as gares em centros culturais. No nosso caso além da criação deste novo centro cultural numa área culturalmente carente, teríamos um centro cenotécnico aparelhado com recursos materiais e humanos para atender a demanda dos grupos e produtores de espetáculos e capaz de gerenciar a reciclagem dos materiais ali abrigados. 
Vou continuar esperando. Pelo menos até completar dois anos. Daí, eu volto e rasgo esta página e as anteriores, ou ratifico meu pensamento atual sobre a gestão do secretário Assis Brasil à frente da Secretaria de Estado da Cultura.