terça-feira, 4 de novembro de 2008

PRÓXIMO ATO

Pois aqui estou eu em São Paulo, participando da sexta edição de um encontro internacional de teatro, chamado Próximo Ato, do qual a gente só está tomando conhecimento agora. É que este ano os organizadores do evento resolveram ampliá-lo para estados brasileiros. Nas cinco primeiras edições tudo se passou em São Paulo. Desta vez aconteceu em Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre, sendo que cada uma destas cidades reuniu os estados da sua região geográfica. À frente desta gigantesca empreitada está o Itaú Cultural, braço do Banco Itaú para apoio às artes.
Os organizadores abriram a noite agradecendo a participação de todos, explicitando os objetivos da entidade, aquilo que esperam de semelhante encontro e passaram a palavra aos seus parceiros que são espécies de adidos culturais dos consulados da Espanha, França, Inglaterra e Alemanha. São ele que pagam as despesas da parte internacional do encontro. O Itaú cobre a parte nacional e prometem para o próximo ano ampliar ainda mais o Próximo Ato, levando-o para todas as regiões do Brasil, com a brilhante idéia de mapear a ação do teatro de grupo, e por extensão, da produção teatral brasileira. Pelo menos daquela produção que realmente interessa e que, via de regra, é realizada pelo chamado teatro de grupo, coletivos artísticos que tentam superar a precariedade, que é comum a todos, através da geração de experiência e da busca de uma forma estética mais ou menos radical.
Na sequência, falaram os curadores: Maria Tendlau, Antônio Araújo e José Fernando Azevedo. Como este é o terceiro ano consecutivo que o trio faz a curadoria do evento, eles esmiuçaram os propósitos do encontro e repassaram cada uma das três edições que comandaram, demonstrando que avançam num caminho lógico que ano a ano aprofunda a discussão sobre os resultados alcançados pela atividade teatral em grupos. A questão que se impõe no encontro diz respeito a timidez formal que resulta das experiências vividas nos grupos teatrais. Causas? Consequências? Façam suas apostas?
Depois, todos para o lançamento do livro que reúne textos desenvolvidos nas cinco primeiras edições do evento e, é claro, o indefectível coquetel. E todos, eram muitos. Bonito de se ver. Bonito de fazer parte e ver-se como um tentáculo de um movimento que a gente nem imagina a extensão e o potencial de atuação, mobilização e difusão de idéias, pensamentos e estéticas. Maravilhoso. Vieram 25 pessoas de outros estados para reunirem-se com mais de 60 paulistanos da capital o do interior.
E logo a seguir: os negócios. Os malditos e necessários contatos. Conhecer pessoas, conversar, trocar. Muitos sorrisos, apertos de mão, conversas vazias, ou seja, a velha cordialidade e hipocrisia, repito necessária, mas nem por isso menos hipócrita. Infelizmente, não gosto desta parte e mesmo entre os meus, sinto-me um peixe fora d'água. Percebo que não sou a pessoa certa para estar aqui, mais ou menos, na qualidade de representante do movimento de teatro de grupo do Rio Grande do Sul.
Saí de fininho e voltei para o hotel. Golden Tulipp. Mais bicha, impossível.

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