sábado, 5 de junho de 2010

SERVIÇO OU DESSERVIÇO?

Todo mundo sabe que o SESC faz mais coisa pela cultura do que a Secretaria de Estado da Cultura. O programa ArteSESC é uma maravilha. O projeto Palco Giratório também é uma iniciativa genial. Mas e a programação? Será que com peças como esta aí em cima o SESC está prstando um serviço à cultura? Mesmo? Será que assim o SESC está colaborando para, por exemplo,  a formação de platéia? De que adianta as boas e importantes peças que aparecem no Palco Giratório, se ao mesmo tempo coloca em circulação esta comédia para toda a família?
Antes que alguém me chame de preconceituoso por estar julgando um espetáculo apenas pelo cartaz, já que não vi a peça, quero dizer apenas que a foto me remete a um tipo de teatro que lembra uma farsa, uma comédia ligeira, provavelmente de temática rural, com personagens facilmente reconhecíveis pelo público e interpretações baseadas em tipos e clichês. de fácil compreensão. Poderíamos dizer que se trata de um besteirol. Apenas estou utilizando este cartaz como ilustração para chamar atenção que este tipo de espetáculo cômico (de qualidade ou não, não é isso que está em questão), estas comédias leves, estão aparecendo em grande número na programação do ArteSESC. E encontramos platéias despreparadas para assistir um espetáculo denso. Isso determina um tipo de produção e estimula um certo tipo de gosto ao público médio. O que está e jogo é avaliar e repensar a tremenda responsabilidade pela cultura que está sendo distribuída pelo ArteSESC.

3 comentários:

Rodrigo Monteiro disse...

Oi, Modesto. Acho que é preciso ver o espetáculo para ter uma conclusão sobre ele. Olhando o cartaz me parece que é uma comédia popular sobre tiltabes, um bicho do imaginário das colônias alemãs. Não vejo absolutamente nada de mal em uma boa comédia popular. Que bom que elas existam ao lado das peças mais profundas! E, se for bem feita, digna, bem pensada, é muito bem vinda! Até porque não acho que se foram platéias com espetáculos mais "difíceis". É como dizer que se formam leitores obrigando os adolescentes a ler Machado de Assis e Guimarães Rosa. Ou vendo Tarkovski.

Mas acho que por trás do teu post está um questionamento: o SESC precisa estimular financeiramente uma peça que sozinha, talvez, tamanhos são seus apelos populares, consiga acontecer? E preciso mandar os alunos lerem Harry Potter? Alguma criança vai contrariada ver Shrek? Aí, nesse caso, concordo contigo. Talvez seja preciso repensar o papel dos estímulos.

Modesto Fortuna disse...

Oi, Rodrigo.
vemos quase a mesma coisa na foto. mostra exatamente como é a peça. Nada de mal numa comédia popular. Mas, a palavra não é "obrigando". Tem que ler Guimarães Rosa, sim. Tem que ler Harry Potter e tem que ler Edgar Allan Poe. Tem que ler Rubem Fonseca. Tem que ler Bukowski. Repensar. Pensar na responsabilidade que uma programação acarreta ao patrocinador. Pensar isso ao longo do temnpo e o impacto cultural que isso posso causar.

Rodrigo Monteiro disse...

Teu texto ficou melhor assim. Afinal, o foco da discussão é o patrocínio do SESC e não a produção do espetáculo.

Agora vamos ver o que acontece na discussão, neh?

Abraços