“O riso é uma arma de destruição: ele destrói a falsa autoridade e a falsa grandeza daqueles que são submetidos ao escárnio.”
Vlamidir Propp
Vlamidir Propp
Fazer teatro é sempre difícil. Fazer comédia, mais ainda. Entender os processos da comicidade e do riso teoricamente até que é bem simples, mas, encarar a prática de fazer rir no palco é muito diferente. Tem àqueles que parecem ter nascido pra isso. E tem aqueles que, para fazer os outros rirem, têm que trabalhar muito e penar.
Pois fui ver Procura-se, uma Comédia trabalho do Atelier de Criação II do DAD/IA/UFRGS, um exercício de comédia com direção de Kalisy Cabeda e atuação de Celso Zanini, Rodrigo Fiatt e Elisa Heidrich.
Com intenção de dar um tom sépia na sua homenagem ao cinema mudo, Kalisy optou por fazer uma comédia escura, e com isso diminui a comicidade. Os atores parecem transitar pouco à vontade pelo âmbito da comédia, mas aparecem bem e tiram excelente partido dos seus tipos físicos e das situações propostas pelas histórias. Todos parecem ter mais bala na agulha do que mostram. Só não sei pra quê ou por causa de quê guardaram-nas. Destacam-se apenas em alguns momentos e mantêm-se coesos durante a maior parte do tempo.
A peça, constituída de três pequenos esquetes cômicos, alterna alguns (poucos) bons momentos de comicidade, com aquele lirismo que é sempre esperado nos trabalhos inspirados nos filmes de Charles Chaplin. O trabalho cresceu bastante desde a apresentação do semestre passado no palquinho do DAD. Os atores estão dominando mais os elementos. A produção melhorou em todos os aspectos. Menos na utilização de pesados praticáveis sem rodas.
Modesto Fortuna.
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