
A peça me pegou no começo, no primeiro ato. Depois foi me cansando até a exaustão. Racho a conta entre a encenação e o autor. Começo pelo autor. Fernando Arrabal (sim, o mesmo que veio no Fronteiras do Pensamento e se pegou com o Gerald Thomas), é o autor de O Arquiteto e o Imperador da Assíria, A Bicicleta do Condenado e Cemitério de Automóveis. Estas, talvez, sejam as mais famosas. Principalmente a última, depois da celébre montagem do diretor franco-argentino Victor Garcia. Mas, Arrabal possui uma extensa obra poética, cinematográfica e dramatúrgica. Entre as quais, Fando & Lis, escrita em 1955, quando o autor tinha apenas 23 anos, que é, mais ou menos, a idade de Fando, o personagem da peça. Arrisco dizer que Arrabal ainda não tinha o domínio da dramaturgia do absurdo, que veio a adquirir em O Arquiteto e o Imperador da Assíria escrito em 1966, e considerada sua mais importante e significativa e encenada obra. Assim, acho que nesta peça Arrabal comete o pecado da prolixidade e da repetição exaustiva dos mesmos temas. Peca também por tecer um teatro do absurdo muito na casca. Quase óbvio nas imagens que cria e a representação da realidade a que nos remete. Merecia cortes no texto, talvez adaptações. Como isso não foi feito, aí começam os pecados da encenação.
CONTINUA EM BREVE.
M.F.
M.F.
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