sábado, 16 de maio de 2009

BABEL GENET

Pois eu estava na concorridíssima estréia de BABEL GENET no Teatro Renascença. A peça, dirigida por Humberto Vieira, é sua reentrée na cena portoalegrense depois de longa e voluntária ausência desde o seu longinqüo Viagem ao Centro da Terra e sua encenação de Memory Motel. O primeiro vi no Teatro de Câmara com Renato Campão e o segundo no Renascença, com a Adriane Mottola e Zé Adão Barbosa. O primeiro continha textos do Marquês de Sade, e o segundo Charles Bukowski. Coerente com esta trajetória, Humberto coloca em cena agora sua visão de Jean Genet.
Num espetáculo confuso e irregular, o que mais me agradou foi o coro. Os medalhões do elenco estavam cheios de displicência e pareciam não ter se dedicado com profundidade nos ensaios. Senti-me, às vezes, constrangido ao ver a atuação de João Pedro Gil. Ficava imaginando seus alunos do DAD/UFRGS vendo o professor se utilizado de truques primáriosno desempenho de seu papel. Mirna Spritzer, excelente atriz, uma das melhores a cidade, não é um travesti nem na China e muito menos no palco do Renascença. Adriane Mottola, tarimbada, que fazia parte do elenco de Memory Motel, não convence. Jezebel de Carli completamente desconfortável. Humberto perdeu as rédeas. Era mesmo uma babel, mas tinha muito pouco de Genet e quase nada da marginalidade,liminalidade e exclusão divulgadas no release do espetáculo.
M.F.


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