quinta-feira, 14 de maio de 2009

CONSIDERAÇÕES EM DIA DE GRIPE


Pois enfrentei o frio e a gripe e me fui para o teatro, que é uma das únicas coisas que consegue me tirar de casa. Como é bom ir ao teatro. Me fui para o SESC no sábado assistir a mais recente criação do Grupo Meme, concebido, dirigido e coreografado por Paulo Guimarães. Lamento não ter visto "BU", seu trabalho anterior, assim poderia conhecer um pouco mais sobre o trabalho do meu amigo Laco. Terezinhas é um belo é agradável espetáculo. Bem coreografado e limpo. Nem todos os bailarinos têm o mesmo preparo técnico, assim as interpretações destoam um pouco entre si. Na minha opinião o problema da peça reside na dramaturgia que é bastante fraca.
Isto posto, quero mesmo fazer dois comentários.
Um: eu estava gripado, tossi três ou quatro vezes. Talvez, cinco. Me senti um chato completo. Mas minha culpa foi atenuada por que estava na platéia o famoso "fotógrafo chato", aquele que por inexperiência ou excesso de zelo, quer fotografar a peça inteira como se estivesse filmando o espetáculo. Pois tinha um assim na platéia nesta noite. O espetáculo completamente intimista e estalo constante da máquina. E ele sentado, muito bem posicionado, no centro da platéia. De última.
Dois: de última é o palco do SESC que não permite cenas no chão. Da terceira fila pra trás ninguém enxerga nada. Se numa peça de teatro isso é um problema sério, porque se os atores estão em pé não se enxerga as pernas. Quando se abaixam transformam-se, no máximo, em uma cabeça. Se deitam, somem. Agora imagine num espetáculo de dança que trabalhar o tempo inteiro com estas variações. Impossível. O palco prejudica o espetáculo. Isso é o que dá construir auditórios ao invés de teatros. Os arquitetos e engenheiros tem que saber que tudo o se faz num auditório é possível de ser feito num teatro, mas o contrário nem sempre é possível.
M.F.

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